Até o final de fevereiro, segue em cartaz na Cinemateca Brasileira a quarta edição da mostra VERÃO DE CLÁSSICOS, exibindo uma seleção extremamente variada de filmes memoráveis, cult movies e raridades das mais diversas épocas, países, gêneros e vertentes. Com apoio da Fundação Japão e da Cinemateca da Embaixada da França, a mostra é produzida após uma pesquisa aprofundada nos acervo de filmes estrangeiros da Cinemateca e de outras instituições e distribuidoras comerciais. Como resultado dessa verdadeira “escavação arqueológica”, clássicos que não circulam há tempos e filmes obscuros ganham nova chance de caírem no gosto do público em sessões realizadas exclusivamente com cópias em película.
Nesta segunda etapa, a programação da mostra inclui várias obras marcantes do início dos anos 1990, como O senhor ministro, de Danielle Luchetti, que revelou ao mundo o talento cômico de Nanni Moretti, além de trabalhos daquele período dos diretores Takeshi Kitano (Adrenalina máxima, um de seus trabalhos mais influentes), David Lynch (Coração selvagem, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes), Terence Davies (O fim de um longo dia), Mike Leigh (Garotas de futuro), Steven Soderbergh (o controverso Kafka), Pedro Almodóvar (Kika, último representante de sua fase mais hiperbólica e kitsch) e os irmãos Coen (Na roda da fortuna, bela homenagem a Frank Capra).
Em matéria de curiosidades e raridades absolutas, merecem destaque o drama existencialista italiano A desordem, a aventura histórica O homem de Toledo, que conta no elenco com a brasileira Norma Bengell, o documentário Os anos loucos, uma compilação dos anos 1950 de imagens da década de 1920, e o ambicioso suspense de espionagem A Guerra secreta, co-produção estrelada pelos astros internacionais Henry Fonda, Robert Ryan, Vittorio Gassman, Annie Girardot e Robert Hossein, dirigida a oito mãos por quatro cineastas de nacionalidades diferentes – incluindo o inglês Terence Young, responsável por três dos filmes do agente 007 com Sean Connery no papel de James Bond.
Quanto aos clássicos propriamente ditos, ganham nova chance de serem conferidos em película e na tela grande filmes como O Águia, um dos mais famosos papéis do lendário Rudolph Valentino; o média-metragem Zero de conduta, visão anarquista do sistema escolar francês pelo poeta e cineasta Jean Vigo (em sessão conjunta com um dos mais célebres e divertidos curtas-metragens de Charles Chaplin, Rua da paz); o clássico do gótico-chique dos anos 1980, Fome de viver, dirigido por Tony Scott e estrelado por David Bowie, Catherine Deneuve e Susan Sarandon; o drama social francês Regain, de Marcel Pagnol, que conta no elenco com o comediante Fernandel, muito popular naquele país; e o clássico filme de samurai Harakiri, de Masaky Kobayashi. Também merece celebração a volta às telas de A Guerra do Fogo, impressionante retrato realista da pré-história realizado por Jean-Jacques Annaud, além de filmes pouco vistos dos mestres Andrzej Wajda (Terra prometida), Akira Kurosawa (A luta silenciosa), Federico Fellini (Ensaio de orquestra), Robert Bresson (Lancelot du Lac), Volker Schlöndorff (Tiro de misericórdia), e Alain Resnais (Muriel).
Vale ainda lembrar que todas as sessões do VERÃO DE CLÁSSICOS são precedidas por um trailer original em película, “garimpado” no acervo da Cinemateca, de algum filme clássico ou cult movie. Trata-se de uma tentativa de recriar a experiência de uma sessão de cinema de outros tempos e, ao mesmo tempo, resgatar um pouco das campanhas de lançamento de títulos como Falcões da noite, Coma, O dia do gafanhoto e O rei da comédia. Algumas sessões têm entrada franca, conforme indicado.
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
Taxa de manutenção: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada) / ENTRADA FRANCA nas sessões indicadas
Atenção: estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.
PROGRAMAÇÃO:
31.01 | TERÇA
SALA CINEMATECA BNDES
19h00 KIKA
21h15 O HOMEM DE TOLEDO
01.02 | QUARTA
SALA CINEMATECA BNDES
19h00 NA RODA DA FORTUNA
21h00 A LUTA SOLITÁRIA
02.02 | QUINTA
SALA CINEMATECA BNDES
19h00 O SENHOR MINISTRO
21h00 A DESORDEM
03.02 | SEXTA
SALA CINEMATECA BNDES
19h00 CORAÇÃO SELVAGEM
21h30 O FIM DE UM LONGO DIA
04.02 | SÁBADO
SALA CINEMATECA BNDES
16h15 REGAIN
18h30 A GUERRA SECRETA
21h00 TIRO DE MISERICÓRDIA
05.02 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
16h00 RUA DA PAZ | ZERO DE CONDUTA
17h30 TERRA PROMETIDA
21h00 GAROTAS DE FUTURO
07.02 | TERÇA
SALA CINEMATECA BNDES
19h00 MURIEL, O TEMPO DE UM RETORNO
21h15 A PURITANA
08.02 | QUARTA
SALA CINEMATECA BNDES
19h00 KAFKA
21h00 REGAIN
09.02 | QUINTA
SALA CINEMATECA BNDES
18h30 A GUERRA DO FOGO
20h30 HARAKIRI
10.02 | SEXTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h15 LANCELOT DU LAC
21h00 FOME DE VIVER
11.02 | SÁBADO
SALA CINEMATECA BNDES
16h30 ENSAIO DE ORQUESTRA
18h00 O SENHOR MINISTRO
20h00 TERRA PROMETIDA
12.02 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
17h00 TIRO DE MISERICÓRDIA
19h00 O FIM DE UM LONGO DIA
21h00 O ÁGUIA
14.02 | TERÇA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h00 A DESORDEM
21h00 NA RODA DA FORTUNA
15.02 | QUARTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 KIKA
21h00 O SENHOR MINISTRO
16.02 | QUINTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h00 A LUTA SOLITÁRIA
21h00 KAFKA
17.02 | SEXTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
18h30 O ÁGUIA
20h00 ENSAIO DE ORQUESTRA
21h30 RUA DA PAZ | ZERO DE CONDUTA
18.02 | SÁBADO
SALA CINEMATECA BNDES
16h30 O HOMEM DE TOLEDO
18h30 HARAKIRI
21h15 ADRENALINA MÁXIMA
19.02 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
17h00 A GUERRA DO FOGO
19h00 OS ANOS LOUCOS
21h00 ENSAIO DE ORQUESTRA
21.02 | TERÇA
SALA CINEMATECA BNDES
16h30 A GUERRA SECRETA
19h00 REGAIN
21h15 LANCELOT DU LAC
22.02 | QUARTA
SALA CINEMATECA BNDES
18h30 FOME DE VIVER
20h30 CORAÇÃO SELVAGEM
23.02 | QUINTA
SALA CINEMATECA BNDES
18h30 TIRO DE MISERICÓRDIA
20h30 A GUERRA SECRETA
24.02 | SEXTA
SALA CINEMATECA PETROBRAS
19h00 A PURITANA
21h00 KIKA
25.02 | SÁBADO
SALA CINEMATECA BNDES
17h30 OS ANOS LOUCOS
19h15 GAROTAS DE FUTURO
21h00 A GUERRA DO FOGO
26.02 | DOMINGO
SALA CINEMATECA BNDES
16h30 LANCELOT DU LAC
18h30 ADRENALINA MÁXIMA
20h30 MURIEL, O TEMPO DE UM RETORNO
FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES:
Adrenalina máxima (Sonatine), de Takeshi Kitano
Japão, 1994, 35mm, cor, 94’ | Legendas em português | Exibição em 16mm
Takeshi Kitano, Aya Kokumai, Tetsu Watanabe, Masanobu Katsumura, Susumu Terajima
Veterano membro da máfia japonesa que explora o jogo ilegal num bairro de Tóquio e já está cansado de seu estilo de vida, recebe uma proposta de trabalho que pode providenciar a mudança de ares pela qual tanto anseia: seus serviços são requisitados para dar reforço a um bando sediado na ilha de Okinawa, ao sul do arquipélago japonês. Entre a crueza do ambiente da cidade grande cidades e a impávida tranqüilidade da comunidade à beira-mar, sua trajetória simboliza as forças que lutam dentro do coração do homem. Um filme sobre a Yakuza completamente diferente dos cânones do gênero: ao invés de ficar trocando tiros, matando rivais ou cortando os dedos em sinal de lealdade, os gângsters passam a maior parte do tempo numa casa de praia, praticando esportes, jogando conversa fora e aprontando brincadeiras uns com os outros. Esta característica do filme, em que a paz e a monotonia são subitamente interrompidas por irrupções irracionais de violência, tornou-se o seu grande diferencial e fez com que o filme influenciasse a evolução do gênero policial dali por diante, particularmente na obra de Quentin Tarantino, admirador confesso de Kitano.
classificação indicativa: 16 anos
sáb 18 21h15 | dom 26 18h30 | ENTRADA FRANCA
O Águia (The Eagle), de Clarence Brown
Estados Unidos, 1925, 35mm, pb, 80’ | Silencioso | Intertítulos em português
Rudolph Valentino, Vilma Bánky, Louise Dresser, Albert Conti
Uma czarina russa apaixona-se por um soldado que a rejeita. Por vingança, ela resolve pedir a cabeça do rapaz, ao mesmo tempo em que ele resolve se tornar um justiceiro, usando uma máscara para combater as injustiças e ganha da população o apelido de “O Águia”. Baseado na novela Dubrovski, de Aleksander Púshkin, o filme apresenta um típico exemplo da apropriação feita pelo cinema americano da figura do herói romântico, cujas atitudes são marcadas pelo cavalheirismo e pelo senso moral e pela independência e autonomia. Um grande sucesso de bilheteria do período do cinema silencioso, O Águia foi o penúltimo filme estrelado pelo lendário Rodolfo Valentino, que morreria prematuramente em agosto de 1926, por complicações decorrentes de uma úlcera. Nascido na Itália em 1895, Rodolfo Alfonso Raffaello Pierre Filibert Guglielmi di Valentina D'Antonguolla radicou-se nos Estados Unidos em 1913, onde se tornou uma das celebridades mais queridas e populares dos anos 1920, e primeiro símbolo sexual masculino do cinema, verdadeiro protótipo do “amante latino”.
classificação indicativa: Livre
dom 12 21h00 | sex 17 18h30
Os anos loucos (Les années folles), de Henri Torrent e Mirea Alessandresco
França, 1960, 35mm, pb, 88’ | Legendas em português | Exibição em 16mm
Documentário de compilação realizado a partir da montagem de sons e imagens captados entre 1917 e 1930. Usando apenas o material de arquivo, sem depoimentos ou entrevistas, o filme traça um panorama dos chamados “anos loucos”, o período entre o final da Primeira Guerra Mundial e a Grande Recessão, apresentando imagens extraídas de documentários e cinejornais sobre a ascensão do jazz, a guerra civil na China, a produção industrial em massa e a queda da bolsa de 1929. Um documento histórico e um ensaio fílmico de grande poesia e beleza.
classificação indicativa: Livre
dom 19 19h00 | sáb 25 16h00
Coração selvagem (Wild at heart), de David Lynch
EUA, 1990, 35mm, cor, 125’ | Legendas em português
Nicolas Cage, Laura Dern, Willem Dafoe, Isabella Rossellini, Crispin Glover, Dianne Ladd, Harry Dean Stanton, Sherilyn Fenn
Cumprindo pena por homicídio, um malandro fanático por Elvis Presley obtém liberdade condicional e aproveita para embarcar com sua namorada numa viagem rumo à Califórnia. Porém, a mãe da moça coloca no encalço do casal um detetive particular e um gângster que é seu amante. ‘Road movie’ premiado com a Palma do Ouro do Festival de Cannes, marcado pelo toque surreal típico do diretor. Indicado ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (Dianne Ladd).
classificação indicativa: 16 anos
sex 03 19h00 | qua 22 20h30
A desordem (Il disordine), de Franco Brusati
Itália/França, 1962, 35mm, pb, 95’ | Legendas em português
Renato Salvatori, Louis Jourdan, Susan Strasberg, Curd Jürgens, Alida Valli, Sami Frey, Antonella Lualdi
Disposto a oferecer melhores condições de vida a sua mãe, que vive num decadente asilo para idosos, jovem em busca de fortuna aceita emprego de copeiro na mansão de um milionário moribundo. Enquanto a esposa e a filha do seu novo patrão tentam reconquistar o amor e a afeição do patriarca, o filho dele está mais preocupado em organizar grandes festas para seus amigos. Com nítidas influências dos dramas existenciais de Michelangelo Antonioni e de A doce vida, de Fellini, o filme tem como grande destaque o elenco internacional, que inclui astros italianos (Alida Valli, Renato Salvatori, Antonella Lualdi) e franceses (Samy Frey, Louis Jourdan), além de um veterano do cinema alemão (Curd Jürgens) e a norte-americana Susan Strasberg, filha do lendário fundador do Actor’s Studio, Lee Strasberg.
classificação indicativa: 14 anos
qui 02 21h00 | ter 14 19h00
Ensaio de orquestra (Prova d’orchestra), de Federico Fellini
Itália, 1979, 35mm, cor, 70’ | Legendas em português
Balduin Bass, Clara Colosimo, Elizabeth Labi, Ronaldo Baracchi
Os músicos de uma orquestra reúnem-se numa capela romana do século XIII, transformada em oratório, para um ensaio. Em meio a um clima de inveja e maledicência, aguardam o maestro, embora problemas sindicais levem alguns a sugerirem um boicote ao ensaio. A chegada do maestro, um alemão, torna a atmosfera ainda mais tensa. Apesar do descontentamento, o ensaio se inicia, mas, insatisfeito com os músicos, o maestro procura agredi-los e humilhá-los. Com o enfrentamento dos músicos, o maestro abandona a sala, levando toda a orquestra a rebelar-se num rito de loucura coletiva. Gritando ‘slogans’ provocativos, escrevem frases de protesto nas paredes. Em meio ao caos, uma equipe de documentaristas de televisão registra tudo e tenta obter um depoimento do maestro. Homenagem do mestre Federico Fellini à música, uma das paixões de sua vida, o filme inclui em sua trilha sonora muitas das músicas compostas pelo genial Nino Rota para obras do cineasta italiano.
classificação indicativa: 16 anos
sáb 11 16h30 | sex 17 20h00 | dom 19 21h00
O fim de um longo dia (The long day closes), de Terence Davies
Inglaterra, 1992, 35mm, cor, 85’ | Legendas em português
Leigh McCormack, Marjorie Yates, Anthony Watson, Nicholas Lamont
Na Liverpool dos anos 1950, garoto solitário e introvertido escapa à dura realidade do bairro operário em que vive criando fantasias a respeito do mundo a partir das músicas que sua mãe canta e dos filmes a que assiste no cinema. A hostilidade dos professores e colegas de turma e a descoberta de sua homossexualidade intensificam a sua solidão. Ressaltando o tom memorialista da narrativa, o filme inclui inúmeros trechos de imagens e sons de filmes clássicos dos anos 1930, 1940 e 1950. Baseado em fatos reais, este filme autobiográfico foi dirigido por Terence Davis, o mesmo do aclamado Vozes distantes, exibido na mostra VERÃO DE CLÁSSICOS em 2011.
classificação indicativa: 12 anos
sex 03 21h30 | dom 12 19h00
Fome de viver (The hunger), de Tony Scott
Inglaterra, 1983, 35mm, cor, 97’ | Legendas em português
Catherine Deneuve, David Bowie, Susan Sarandon, Cliff De Young, Beth Ehlers, Dan Hedaya
Nesta sensual e sofisticada interpretação contemporânea do mito do vampiro, uma colecionadora de obras renascentistas vive em um elegante bairro de Manhattan com seu marido. Ambos desfrutam da imortalidade e da beleza eterna, mas são amaldiçoados por uma voracidade insaciável por sangue. Até que ele começa inesperadamente a sentir os efeitos do avanço de idade e procura a ajuda de uma cientista especializada em pesquisas sobre o envelhecimento. Responsável por revelar Tony Scott, ex-diretor de filmes publicitários, como um realizador de talento, Fome de viver tornou-se um dos grandes ‘cult movies’ dos anos 1980 e marco absoluto da estética ‘gótico-chique’ que se popularizou no início daquela década, impulsionando a carreira de bandas de rock que se alinhavam ao estilo, como The Cure, Sisters of Mercy e Bauhaus – cujo grande clássico, ‘Bela Lugosi is dead’, foi imortalizado na sequência de abertura deste filme.
classificação indicativa: 16 anos
sex 10 21h00 | qua 22 18h30
Garotas de futuro (Career girls), de Mike Leigh
Inglaterra/França, 1997, 35mm, cor, 87’ | Legendas em português
Katrin Cartlidge, Lynda Steadman, Kate Byers, Mark Benton, Andy Serkins, Joe Tucker
Durante um fim de semana de verão, duas amigas que dividiram um apartamento nos anos 1980, quando eram estudantes, reencontram-se seis anos depois, em Londres, e conversam sobre suas ambições e frustrações. Por meio de uma série de ‘flashbacks’ de seus anos de juventude, vêm à tona suas histórias de sexo, sonhos e diversão, tendo como pano de fundo as mudanças sociais e comportamentais ocorridas no período. Criado a partir de improvisos e fortemente apoiado nos diálogos, o filme é um belo exemplo do estilo realista do diretor Mike Leigh, responsável por, entre outros, Segredos e mentiras, Naked e Agora ou nunca.
classificação indicativa: 16 anos
dom 05 21h00 | sáb 25 19h15
A Guerra do Fogo (La guerre du feu), de Jean-Jacques Annaud
França/Canadá/EUA, 1981, 35mm, cor, 100’ | Sem diálogos | Exibição em 16mm
Everett McGill, Ron Perlman, Rae Dawn Chong, Gary Schwartz, Peter Elliott
Ambientado na pré-história, pela primeira vez reconstituída no cinema com intenções realistas, o filme enfoca o conflito entre grupos de hominídeos pela posse do fogo, então recém-descoberto. Quando, durante um conflito, o fogo que aquece uma tribo um pouco mais evoluída é apagado, três de seus membros são enviados em uma perigosa jornada para trazer uma nova chama acesa para a aldeia. Ao longo do caminho, eles se deparam com um grupo de canibais e com outras diferentes tribos de hominídeos, cada uma em um estágio diferente do processo evolutivo. Com locações na Escócia, Islândia, Quênia e Canadá, o filme prescinde de diálogos e narrações – recurso que o diretor Jean-Jacques Annaud, o mesmo deO nome da rosa, empregaria novamente em O urso e Era uma vez dois irmãos, duas obras estreladas por animais. O escritor e compositor Anthony Burgess, autor do romanceLaranja mecânica, foi um dos responsáveis por desenvolver a linguagem em que os personagens se comunicam, criada especialmente para o filme a partir de estudos de antropologia. Vencedor do Oscar de Melhor Maquiagem e dos prêmios César nas categorias Melhor Filme e Melhor Direção. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.
classificação indicativa: 12 anos
qui 09 18h30 | dom 19 17h00 | sáb 25 21h00
A Guerra secreta (The dirty game), de Christian-Jaque, Werner Klingler, Carlo Lizzani e Terence Young
EUA/Alemanha Ocidental/França/Itália, 1965, 35mm, pb, 133’ | Legendado em português
Henry Fonda, Robert Ryan, Vittorio Gassman, Annie Girardot, Robert Hossein, Peter van Eyck, Maria Grazia Buccella
Suspense de espionagem sobre o ex-chefe do serviço de inteligência norte-americano na Europa, que relata a história de três diferentes operações de espionagem nas quais esteve envolvido, em Paris e Djibuti, Roma e Berlim. Por meio de ‘flashbacks’, sua narrativa apresenta os tempos em que ele tinha licença para matar e acesso a todo o dinheiro, poder e mulheres que quisesse. Com essa estrutura e diferentes diretores para cada segmento (um para cada uma das “missões” e outro para as cenas de ligação), o filme se apresenta como uma sucessão de três curtas-metragens independentes sobre histórias de espionagem, interligados pelo protagonista-narrador. O destaque fica com o elenco internacional, repleto de nomes famosos do cinema norte-americano, francês, italiano e alemão.
classificação indicativa: 14 anos
sáb 04 18h30 | ter 21 16h30 | qui 23 20h30
Harakiri (Seppuku), de Masaky Kobayashi
Japão, 1962, 35mm, pb, 133’ | Legendas em português | Exibição em 16mm
Tatsuya Nakadai, Rentaro Mikuni, Shima Iwashita, Akira Ishihama, Tetsuro Tamba
Ambientado no Japão feudal do século XVII, durante o período Edo e o shogunato Tokugawa, o filme narra, por meio de ‘flashbacks’, a trágica história de um ex-samurai cujo senhor fora deposto, deixando-o sem condições de sustentar sua esposa doente e seu filho. Quando ele chega a uma rica propriedade onde requisita hospedagem e auxílio para que possa cometer suicídio ritual – conhecido como ‘seppuku’ no Japão e ‘harakiri’ no Ocidente –, ele descobre que o mesmo expediente tem sido usado como golpe por alguns ex-samurais. E que o último deles que tentou fazer isso ali, justamente um ex-colega seu, acabou tendo um fim terrível. Ele precisa então decidir entre levar a cabo seu plano ou colocar em curso uma sangrenta vingança. Exibida no Festival de Cannes em competição pela Palma de Ouro, esta obra-prima de Masaky Kobayashi perdeu a honraria principal para O Leopardo, de Luchino Visconti, mas conquistou o Prêmio Especial do Júri. Um dos mais populares e apreciados filmes de samurai de todos os tempos, Harakiri ganhou em 2011 uma refilmagem em 3D pelas mãos do diretor Takashi Miike, chamada Ichimei.
classificação indicativa: 14 anos
qui 09 20h30 | sáb 18 18h30 | ENTRADA FRANCA
O homem de Toledo (L’uomo di Toledo), de Eugenio Martín
Itália/Espanha/Alemanha Ocidental, 1965, 35mm, cor, 96’ | Legendas em português
Stephen Forsyth, Ann Smyrner, Norma Bengell, Gianni Solaro, Maria Laura Rocca
No século XVI, na Espanha do rei Fernando V, às vésperas do ataque decisivo contra os árabes, o jovem cavaleiro Miguel de Toledo desvenda o mistério da morte do comandante do exército espanhol. Intrigas, armas secretas, traições, emboscadas e mulheres diabólicas se interpõem entre o militar e seu objetivo, mas não impedem que ele continue lutando para punir os culpados. Muito elogiada pela crítica à época de seu lançamento, esta aventura histórica de co-produção internacional tem como curiosidade a presença no elenco da atriz brasileira Norma Bengell.
classificação indicativa: 12 anos
ter 31 21h15 | sáb 18 16h30
Kafka, de Steven Soderbergh
EUA/França, 1991, 35mm, p&b/cor, 98’ | Legendas em português
Jeremy Irons, Theresa Russell, Joel Grey, Ian Holm, Jeroen Krabbé, Armin Mueller-Stahl, Alec Guinness
Na cidade de Praga, em 1919, Kafka, um modesto funcionário público, resolve investigar o que está por trás do misterioso desaparecimento de um colega. Acaba se infiltrando num grupo terrorista vinculado a uma sinistra organização secreta, que controla subterraneamente diversos acontecimentos na sociedade. Inspirado no universo das obras do escritor tcheco Franz Kafka, mas sem adaptar literalmente nenhuma delas e sem pretensões de servir como uma cinebiografia do escritor, este thriller fantástico trabalha, contudo, personagens, cenários e situações extraídas de seu imaginário, particularmente dos livros O processo e O castelo. O resultado acabou desagradando a inúmeros fãs do autor e, num primeiro momento, foi incompreendido por grande parte do público e da crítica, tornando o filme um dos grandes fracassos de bilheteria da década de 1990 e da carreira do seu diretor. Com o passar dos anos, entretanto, o filme conseguiu alcançar o status de ‘cult movie’, particularmente por seu visual – inspirado no expressionismo alemão e nos filmes ‘noir’ –, por seu roteiro intricado e pelas boas atuações do elenco. Vencedor do prêmio de Melhor Fotografia no Independent Spirit Awards.classificação indicativa: 12 anos
qua 08 19h00 | qui 16 21h00
Kika, de Pedro Almodóvar
Espanha/França, 1993, 35mm, cor, 114’ | Legendas em português
Verónica Forqué, Peter Coyote, Victoria Abril, Alex Casanovas, Rossy de Palma, Anabel Alonso, Jesús Bonilla
Kika é uma maquiadora contratada por Nicholas, um escritor norte-americano radicado em Madri, para maquiar o corpo de seu falecido enteado. Mas ele sofre de catalepsia e não está realmente morto: acaba despertando durante a maquiagem e inicia um relacionamento com Kika. Tudo vai bem para o jovem casal até que Nicholas retorna de uma longa viagem e se envolve amorosamente primeiramente com Kika e depois com Andrea Caracortada, bizarra apresentadora de um programa de televisão sensacionalista. A repórter suspeita de que Nicholas seja um ‘serial killer’ e passa a espionar a vida de todos em busca de um furo jornalístico. Contando com ousados figurinos desenhados por Jean-Paul Gaultier, o filme é uma comédia ácida de toques surrealistas e visual saturado e colorido, típica da primeira fase da obra do diretor, marcada pelo exagero e pelo gosto pelo ‘kitsch’ – fase encerrada justamente por este filme, depois do qual Almodóvar passou a se dedicar a melodramas de tom um pouco mais sóbrio, como A flor do meu segredo, Carne trêmula e Tudo sobre minha mãe.
classificação indicativa: 14 anos
ter 31 19h00 | qua 15 18h30 | sex 24 21h00
Lancelot du Lac, de Robert Bresson
França/Itália, 1974, 35mm, cor, 85’ | Legendas em português
Luc Simon, Laura Duke Condominas, Humbert Balsan, Vladimir Antolek-Oresek, Patrick Bernhard
Depois de retornar da fracassada missão em busca do cálice sagrado, o Santo Graal, o cavaleiro Lancelot apaixona-se por Lady Guinevere, esposa do rei Arthur, e fica dividido entre seu amor proibido e sua lealdade absoluta ao monarca. Conforme os outros cavaleiros e o próprio rei desconfiam do ocorrido, anuncia-se uma tragédia que pode significar o fim de Camelot. Versão cinematográfica das famosas lendas do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda realizada à maneira do diretor Robert Bresson: sem atos de bravura, sem música, sem pirotecnia. O resultado é um olhar original e realista para um dos universos mitológicos mais explorados pelo cinema. Vencedor do Prêmio FIPRESCI, concedido pela Federação Internacional de Críticos de Cinema, no Festival de Cannes.
classificação indicativa: 12 anos
sex 10 19h00 | ter 21 21h15 | dom 26 16h30
A luta solitária (Shizukanaru ketto), de Akira Kurosawa
Japão, 1949, 35mm, pb, 95' | Legendas em português | Exibição em 16mm
Toshiro Mifune, Takashi Shimura, Miki Sanjo, Kenjiro Uemura, Chieko Nakakita
Durante a Segunda Guerra, jovem cirurgião contrai sífilis depois de tratar um paciente contaminado. Encerrado o conflito, a enfermidade atormenta o médico e acaba com o relacionamento dele com sua noiva. Apenas uma jovem aprendiz de enfermeira descobre acidentalmente sua condição e se torna sua confidente. Sucesso de público em sua época, A luta solitária foi usado pelas autoridades japonesas como peça de propaganda para aumentar a auto-estima do povo japonês, abalado pelas sequelas da guerra. Um dos inúmeros destaques na filmografia do mestre do cinema japonês Akira Kurosawa, o filme permanece inédito em DVD no mercado brasileiro.
classificação indicativa: 14 anos
qua 01 21h00 | qui 16 19h00 | ENTRADA FRANCA
Muriel (Muriel ou le temps d'un retour), de Alain Resnais
França/Itália, 1963, 35mm, cor, 116’ | Legendas em português
Delphine Seyring, Jean-Pierre Kérien, Nita Klein, Jean- Baptiste Thiérrée, Jean Dasté, Jean Champion
Uma viúva reencontra um antigo amor da juventude e com isso consegue se livrar do tédio que parece contaminar sua existência. Enquanto isso, seu jovem enteado é assombrado por memórias de uma atrocidade que testemunhou durante a guerra da Argélia, quando uma jovem chamada Muriel foi torturada até a morte. Terceiro longa-metragem do diretor Alain Resnais, que novamente contou com a colaboração do escritor e roteirista Jean Cayrol, responsável pelo texto do curta-metragem Noite e neblina, o filme dá sequência às investigações já presentes em seus curtas-metragens e em seus dois longas anteriores,Hiroshima mon amour e O ano passado em Marienbad, nos quais como aqui, misturam-se passado e presente e realidade e imaginação para dar conta dos efeitos do tempo e da memória.
classificação indicativa: 16 anos
ter 07 19h00 | dom 26 20h30
Na roda da fortuna (The Hudsucker proxy), de Joel Coen e Ethan Coen
EUA/Inglaterra/Alemanha, 1994, 35mm, cor, 111’ | Legendas em português
Tim Robbins, Jennifer Jason Leigh, Paul Newman, Charles Durning, John Mahoney, Bill Cobbs, Bruce Campbell, Steve Buscemi, Anna Nicole Smith, John Goodman, Sam Raimi
Na Nova York do final dos anos 1950, o presidente das lucrativas Indústrias Hudsucker comete suicídio se atirando do alto de seu próprio edifício. Ainda atordoada pelo acontecimento, a junta de diretores da empresa, comandada pelo inescrupuloso Sidney Mussberger, decide colocar um idiota qualquer na presidência da companhia para fazer o preço das ações despencar, permitindo-lhes comprar tudo novamente a preço de banana. Ingênuo e idealista, o jovem Norville Barnes se apresenta como o perfeito “testa de ferro” para o plano e assume a direção da companhia. Mas uma repórter interiorana desconfia de que há algo por trás da ascensão do matuto e passa a investigar. Quando o rapaz inventa um novo brinquedo – o bambolê – que se torna febre entre crianças e jovens, as ações da empresa se valorizam vertiginosamente, mandando por água abaixo o plano dos acionistas. Com roteiro impecável, escrito pelos irmãos Coen em colaboração com Sam Raimi – diretor das trilogias Evil dead e Homem-Aranha e também presente no elenco –, o filme é uma fábula realizada no estilo das comédias edificantes de Frank Capra. Premiado por sua deslumbrante fotografia pelos críticos de Londres e por sua caprichada direção de arte pelos críticos de Los Angeles, o filme também concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes.
classificação indicativa: 12 anos
qua 01 19h00 | ter 14 21h00
A puritana (La puritaine), de Jacques Doillon
França/Bélgica, 1986, 35mm, cor, 86’ | Legendas em português
Sandrine Bonnaire, Michel Piccoli, Sabine Azéma, Laurent Malet, Brigitte Coscas
Depois de fugir de casa aos 18 anos sem dar quaisquer explicações, uma jovem entra em contato um ano depois com seu pai, um diretor de teatro, pedindo perdão e dizendo que está voltando para o lar da família. Enquanto ele e sua nova companheira esperam pelo retorno da garota, os eventos que levaram a esta situação são revistos e discutidos. Com o retorno da filha, as relações entre os familiares se complicam. Exibido em competição no Festival de Veneza, A puritana é um bom exemplo do talento do diretor Jacques Doillon em abordar os problemas da juventude, tratados também em seus dois filmes mais conhecidos: Ponette eLa fille de 15 ans.
classificação indicativa: 14 anos
ter 07 21h15 | sex 24 19h00
Regain, de Marcel Pagnol
França, 1937, 35mm, pb, 127’ | Legendas em português
Gabriel Gabrio, Fernandel, Orane Demazis, Marguerite Moreno, Robert Le Vigan, Henri Poupon
Na década de 1930, Panturle é um dos últimos moradores da pequena vila francesa de Aubignane, abandonada por muitos trabalhadores que partiram em busca de melhores condições e outras opções que não a de viver da terra. Ele sonha em ter uma família e também com a recuperação do lugar. O destino da vila e de Panturle começa a mudar quando chegam à vila Gédermus, um amolador de facas ambulante sórdido e egoísta, e a jovem miserável Arsule, por quem ele se apaixona. Baseado em romance de Jean Giono, o filme conta em seu elenco com o famoso comediante francês Fernandel, nascido Fernand Joseph Désiré Contandin a 8 de maio de 1903. Dotado de um físico pouco comum, com um rosto comprido e longos dentes à mostra, o ator, que participou de 125 longas-metragens ao longo de quatro décadas e se tornou um dos mais queridos da França, faz aqui um papel bem diferente dos tipos que costumava interpretar: um homem antipático, dissimulado, covarde e corrupto.
classificação indicativa: 12 anos
sáb 04 16h00 | qua 08 21h00 | ter 21 19h00
Rua da Paz (Easy Street), de Charles Chaplin
EUA, 1917, 35mm, pb, 19’ | Silencioso | Intertítulos em português
Charles Chaplin, Edna Purviance, Eric Campbell, Albert Austin, Henry Bergman, Erich von Stroheim Jr.
Um vagabundo que vive de pequenos furtos resolve aceitar o conselho de uma jovem por quem está apaixonado e decide tornar-se policial para impressioná-la. Como guarda noturno, ele é encarregado de patrulhar a mais perigosa rua da cidade, que por acaso chama-se Rua da Paz – uma rua tão perigosa que nenhum outro policial aceita vigiá-la. Ali, o vagabundo será obrigado a enfrentar Big Bill, um brutamontes que comanda o crime na região. Um dos mais famosos e importantes curtas-metragens da carreira de Charles Chaplin, o filme foi responsável por consolidar definitivamente no imaginário do público a figura de Carlitos, o vagabundo de bom coração que se tornaria a sua maior criação. Também conhecido comoRua dos Milagres ou Carlitos guarda noturno.
classificação indicativa: Livre
dom 05 16h00 | sex 17 21h30 | sáb 25 17h30
O senhor ministro (Il portaborse), de Daniele Luchetti
Itália/França/Espanha, 1991, 35mm, cor, 92’ | Legendas em português
Nanni Moretti, Silvio Orlando, Giulio Brogi, Anne Roussel, Angela Finocchiaro
Um pacato e provinciano professor de literatura tem sua vida radicalmente alterada ao aceitar o convite de um ministro de estado para redigir seus discursos. Fascinado inicialmente pelas mordomias do poder, o professor logo se desilude graças aos escândalos políticos que acabam por revelar o verdadeiro caráter do ministro. Embora pareça tarde demais, o professor precisa encontrar uma maneira de escapar da perigosa trama que está sendo armada. Dirigido por Daniele Luchetti, que fora assistente de Nanni Moretti nos longas-metragens Bianca (1984) e A missa acabou (1985), o filme foi responsável por transformar Nanni Moretti num dos comediantes italianos mais populares em todo o mundo. Vencedor do prêmio Davi di Donatello nas categorias Melhor Ator e Melhor Roteiro.
classificação indicativa: 14 anos
qui 02 18h30 | sáb 11 18h00 | qua 15 21h00
Terra prometida (Ziemia obiecana), de Andrzej Wajda
Polônia, 1975, 35mm, cor, 179’ | Legendas em português
Daniel Olbrychski, Wojciech Pszoniak, Andrzej Seweryn, Kalina Jedrusik, Anna Nehrebecka
Ambientado em Lódz, centro da indústria têxtil da Polônia, no início do século XX, o filme narra a trajetória de três ambiciosos jovens ex-colegas de escola – um engenheiro polonês, um comerciante judeu e um alemão, filho do proprietário de uma velha tecelagem – que decidem montar uma fábrica de tecidos. Para isso, exploram o amor de uma jovem judia apaixonada por um deles. Apresentando uma visão crítica do rápido e cruel enriquecimento dos primeiros industriais da virada do século XX, o filme é um dos destaques da filmografia do cineasta polonês Andrzej Wajda e foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Será exibido nesta mostra em sua versão original, com 180 minutos de duração, que foi depois reduzida pelo diretor para 138 minutos.
classificação indicativa: 16 anos
dom 05 17h30 | sáb 11 20h00
Tiro de misericórdia (Der Fangschuss), de Volker Schlöndorff
Alemanha Ocidental/França, 1976, 35mm, pb, 97’ | Legendas em português | Exibição em 16mm
Margarethe von Trotta, Matthias Habich, Rüdiger Kirschstein, Marc Eyraud, Bruno Thost
Na Letônia, em 1919, no final da Guerra Civil Russa, uma jovem aristocrata se envolve com um soldado prussiano sexualmente reprimido. Após ser rejeitada por seu amor, a jovem mergulha em uma espiral de depressão psicossexual e promiscuidade e decide colaborar com a Revolução, juntando-se às guerrilhas bolcheviques. Um conto aterrador de dor e violência, tendo como pano de fundo uma revolução sangrenta, Tiro de misericórdia é uma obra poderosa que explora a interrelação entre paixões privadas e compromissos políticos. Do mesmo diretor dos aclamados O tambor, A honra perdida de Katharina Blum e O viajante, o filme tem como destaque a atuação brilhante de Margarethe von Trotta, também co-autora do roteiro, adaptado do romance homônimo da escritora francesa Marguerite Yourcenar.
classificação indicativa: 16 anos
sáb 04 21h00 | dom 12 17h00 | qui 23 18h30
Zero de conduta (Zéro de conduite: jeunes diables au collège), de Jean Vigo
França, 1933, 35mm, pb, 41’ | Versão original sem legendas | Exibição em 16mm
Louis Lefebvre, Jean Dasté, Coco Golstein, Robert le Flon, Gilbert Pruchon, Léon Larive
Após os feriados de fim de ano, uma turma de garotos volta ao internato em que estudam, onde suas vidas são tristes e sem graça, como as de verdadeiros prisioneiros. Eles passam então a armar uma rebelião. Retratando um sistema educativo burocrático e repressivo, o filme remete às experiências escolares das crianças francesas e foi baseado nas memórias de infância do próprio autor, o cineasta e poeta Jean Vigo. Um dos mais célebres médias-metragens da história do cinema, considerado um autêntico libelo anarquista e um dos maiores filmes libertários do século XX, Zero de conduta foi exibido pela primeira vez na França no dia 7 de abril de 1933 e, desde então, permaneceu proibido naquele país até 15 de fevereiro de 1946. Ainda que o filme não tenha alcançado êxito imediato, sua influência demonstrou-se duradoura, rendendo releituras e homenagens diversas ao longo das décadas seguintes, como as realizadas por François Truffaut em Os incompreendidos e pelo inglês Lindsay Anderson em If.... Também conhecido como Zero em comportamento, título que recebeu em Portugal e que respeita o sentido literal do original em francês, Zero de conduit.
classificação indicativa: Livre
dom 05 16h00 | sex 17 21h30 | sáb 25 17h30
Portal Podcultura
Pauta
Carla manga
Colaborador de pautas
Marcus Mota
Marketing e Publicidade
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Editor Chefe
Sandra Camillo
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