13 de fev. de 2012

“Na Grécia, Tom Jobim seria um deus”, diz Nelson Pereira dos Santos a ÉPOCA


Cineasta fala do documentário que fez em homenagem a um dos mestres da Bossa Nova, lançado recentemente; Afirma que o legado do Cinema Novo permanece aceso
Um dos maiores nomes do cinema brasileiro, pioneiro do movimento vanguardista Cinema Novo, Nelson Pereira dos Santos, 83, compara a maestria de Tom Jobim aos homens notórios que chegavam a ser considerados deuses na Grécia Antiga. “Se vivêssemos na Grécia Antiga, ele seria um deus cultural”, opina.
Pereira dos Santos lançou há pouco um documentário tratando da vida do músico carioca, A música segundo Tom Jobim. Sem legendas, entrevistas, nem gravação emoff, o filme consegue transmitir fielmente a personalidade do mestre da Bossa Nova apenas por imagens de arquivo.
Para o cineasta, o movimento vanguardista do qual participaram nomes fortes como Glauber Rocha, Cacá Diegues e Linduarte Noronha tem influência até os dias atuais. Um dos diferenciais foi a inovação. “Fizemos o cinema brasileiro ser brasileiro, em vez de imitar alguém”, relembra.
Uma das grandes vitórias daquele tipo de produção foi acabar com duas formas de preconceito que imperavam: contra os negros e contra a língua portuguesa – a língua falada no cinema era extremamente formal antes.
Quando questionado se não havia gostado de Tropa de Elite, faz uma comparação com Cidade de Deus, dizendo que este segundo foi mais “humanista”, enquanto o de José Padilha era mais mercadológico. Segundo ele, contudo, ainda existe um “cinema que tem compromisso com a originalidade brasileira”
Ele conta ainda que ultimamente quase não tem tempo para acompanhar cinemas considerados referência, como o europeu, pois está mais ligado à produção da América Latina. E diz que comparar a qualidade de filmes de cada país é tarefa sem sentido.
A revista ÉPOCA chegou às bancas neste sábado (11/2).

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