7 de fev. de 2012

Drummond é destaque de fevereiro em temporada teatral



25 anos sem Drummond. Espetáculo faz um passeio pela obra de nosso Poeta Maior


A força e a beleza da palavra de Carlos Drummond de Andrade, ganha a cena no espetáculo musicado “Drummond”, destaque da Programação deste início de ano  em São Paulo. O espetáculo do Ceart (Centro de Estudos e Artes)  faz curta temporada no Teatro Silvio Romero (Tatuapé), todos os sábados, na sessão das 18h.

“Meu nome é tumulto e escreve-se na pedra”. A partir desse verso de nosso Poeta Maior vem à cena um Drummond inquieto e o mesmo tempo musical, como se a personagem invisível de Drummond emergisse da pequena Itabira “alguns anos vivi em Itabira, principalmente nasci em Itabira”, ganhasse  a juventude boêmia de Belo Horizonte, para depois observar e questionar o mundo aos pés do Cristo Redentor e das favelas cariocas.

A releitura feita em 87, musicada por Olavo Nascimento e Benê Silva,  e que já rendeu mais de uma dezena de prêmios para o Ceart, ganha agora a direção de Daniela Fischer, Assistência de Thiago Silva e Direção Musical de Rudah.  Em cena,  Maria Júlia Pereira; Daniela Fischer (Prêmio Cacilda Becker - Melhor Atriz) ; Thiago Silva (Prêmio Cacilda Becker e Estadual – Melhor Ator); Rudah (Indicação Melhor Ator Revelação -2010) ;  Fernanda Barbosa e Júlia Oliveira. 

DRUMMOND
“Meu nome é tumulto e escreve-se na pedra”

“DRUMMOND”,  mais que uma homenagem, tem por objetivo a radiografia da alma de um tempo, a partir do ponto de vista do poeta. Drummond soube como ninguém vivenciar e exprimir seu “sentimento do mundo”. Para esse roteiro – aprovado por Drummond – foram selecionados poemas que marcam as diversas fases do poeta, desde os primeiros poemas de 1923 (publicados em “Alguma Poesia” - 1930), já refletindo as conquistas da Semana de Arte Moderna de 22,  até alguns poemas inéditos.

Em “DRUMMOND” os versos funcionam como filamentos da alma de um homem que viveu e atuou em seu mundo, com sentimento pleno. E, embora, muitas vezes retrate as angústias e desesperanças do ser diante de um mundo caduco, não deixou um minuto sequer de lutar para modificá-lo “lutar com palavras é  a luta mais vã. No entanto lutamos, mal rompe a manhã...”.

O espetáculo é composto em 5 quadros, que descrevem um roteiro, não cronológico de apresentação, numa seqüência de vida da personagem “Drummond”, extraída de seus versos: 1. Nascimento do Poeta; 2. Adolescência, rebeldia e embriagues; 3. Paixão e vida; 4. O Poeta social em tempos de medo ; 5. Poeta de seu tempo.

DRUMMOND

Poeta de seu tempo. Braço mineiro do modernismo (um homem à esquerda do próprio modernismo) soube ser belo e ao mesmo tempo externa sua  “repugnância total por vosso lirismo deteriorado, que polui a essência mesma dos diamantes”. Diante do mundo não se desviou da “pedra no meio do caminho”. Provocador, de fina ironia, de uma discrição que o fez o mais mineiro dos mineiros.

O poeta deixou entre três a cinco volumes de textos inéditos, inclusive uma coletânea de poemas eróticos, reunidos numa pasta que Drummond intitulou AMOR NATURAL. Deixou também FAREWELL (poemas de circunstância) .

Dentre as obras pesquisadas, destacam-se poemas dos livros:

1930- Alguma poesia                  1934- Brejo das almas
1940-Sentimento do mundo       1942- José
1945- A rosa do povo                  1951- Claro enigma
1954- Fazendeiro do ar               1959- A vida passado a limpo
1962- Lição de coisas                 1968- Boitempo      
1974- Caminhos de J.Brandão  1984- Corpo

O ESPETÁCULO QUE EMOCIONOU O POETA

“Drummond (o musical)”  é uma leitura  de Benê Silva da obra  de Carlos Drummond de Andrade, feita em, 1987. Musicado por Olavo Nascimento.  Irredutível no início, Drummond começa a dialogar com Benê Silva sobre os poemas selecionados e acaba por dar o seu aval. O roteiro cênico  faz um passeio pela obra de nosso Poeta Maior, desde sua participação no movimento modernista até sua última obra publicada em vida (Corpo, 1987). A elaboração do roteiro e das músicas foi feita para homenagear o então 85º aniversário do poeta, que ocorreria naquele ano  (31 de outubro de 1987), com a presença de Drummond em Campinas.

O espetáculo, teve sua pré-estréia no mesmo Centro de Convivência Cultural de Campinas onde foi gravado em vídeo e encaminhado a Drummond.  Drummond se declara emocionado e comovido com o espetáculo. No dia 07 de julho o poeta encaminhou um cartão agradecendo a homenagem e lamentando não ter podido estar na pré-estréia.  Por telefone discute a  vinda para  uma apresentação no aniversário do poeta em outubro. Porém Drummond viria a falecer  40 dias depois (17 de Agosto de 1987).


DRUMMOND
Teatro Musicado da Obra de Carlos Drummond de Andrade
Montagem: CEART
Roteiro Cênico: Benê Silva
Músicas: Olavo Nascimento
Coordenação Musical: Rudah
Direção: Daniela Fischer e Thiago Silva
Com: Daniela Fischer; Fernanda Barbosa; Júlia Oliveira; Rudah e Thiago Silva
CURTA TEMPORADA: TODOS OS SÁBADOS DE FEVEREIRO - 18 HORAS
Local: TEATRO SILVIO ROMERO

RUA COELHO LISBOA, 334 -TATUAPÉ - SÃO PAULO-SP
FONE: (11) 2093-3246
Bilheteria: Quarta a Sábados: das 15h às 22h
Ingressos:R$40,00 (inteira) R$20,00 (meia)
ESTACIONAMENTO: sim - não conveniado
ACESSO DEFICIENTES: sim
www.teatrosilvioromero.com.br






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